quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Aividades de um Integrador

As Multiplas Atividades de um Integrador, Jose Roberto Muratori


No artigo da edição anterior falamos sobre o surgimento de um novo profissional no cenário da construção civil, o Integrador de Sistemas Residenciais. Procuramos justificar sua presença na equipe multidisciplinar que planeja, projeta e implanta os novos imóveis residenciais. Mostramos também que esta é uma tendência mundial e que no Brasil já estamos constatando algumas particularidades na sua forma de atuar.

Neste novo artigo, pretendemos desenvolver o tema com mais profundidade, analisando as diferentes vertentes no trabalho do Integrador. Este profissional tem, primariamente, dois tipos de clientes no mercado de Automação Residencial: o usuário final da casa e o incorporador / construtor. Neste ultimo caso, ele normalmente é chamado para participar de projetos condominiais e inicia seu trabalho sem conhecer o futuro usuário do imóvel, uma vez que este ainda nem foi comercializado.

Portanto, temos duas abordagens muito diferentes. E estas diferenças já começam a aparecer desde os primeiros contatos, quando o Integrador deve expor ao seu cliente os benefícios da automaçao na tentativa de conquista-lo. Quando trata com o usuário final, muitas vezes sobressaem os argumentos de caráter subjetivo, diretamente ligados ao conceito de qualidade de vida do futuro morador e de sua família. Para alguns, a avaliação dos benefícios prioriza a segurança, para outros pode ser o entretenimento ou a mera sofisticação trazida pelos sistemas automatizados. Nesta abordagem, muitas vezes o fator custo é menos relevante do que estes mencionados, priorizando a emoção envolvida com a nova moradia

Já a coisa muda de figura quando o integrador se defronta com um incorporador. Este, antes de tudo, é um investidor que busca retorno de suas aplicações no mercado imobiliário. É de se esperar que ele raciocine muito mais com a lógica do que com a emoção...portanto, se quiser ser bem sucedido, o integrador vai buscar outros argumentos para convence-lo. Dificilmente terá sucesso se não levar para a negociação planilhas de custos detalhadas e informações claras sobre condições de fornecimento, instalação e suporte técnico. Alem disto, deve demonstrar sua capacidade de trabalhar em equipe, respeitando cada um dos especialistas envolvidos no projeto, desde o arquiteto, o pessoal encarregado da venda do empreendimento até o corpo técnico de projeto e de obra

As diferenças prosseguem depois desta etapa inicial quando se vende a idéia. O projeto integrado de automaçao também parte de premissas bem diversas: ao desenvolver um projeto para uma família especifica, é possível conhecer com detalhes seus hábitos, sua disponibilidade financeira, seus gostos, seus prazos, enfim suas particularidades em relação ä tecnologia. O Integrador pode, assim, detalhar uma proposta bem adequada, que vai de encontro a todas as necessidades relatadas pelo seu cliente

Mas, como desenvolver um projeto deste tipo para um condominio ainda a ser construído, onde nenhum morador futuro é conhecido ? É um grande desafio fazer um projeto genérico, tão aberto que possa contemplar todos os diferentes tipos de usuários ! Como projetar esta infra-estrutura aberta ? Quais parâmetros levar em conta ? Como ter certeza que todas as alternativas possíveis foram previstas ?

Para responder estas perguntas, vamos olhar detidamente o que está acontecendo no mercado “real”.

De um lado, percebemos a existência de empresas que comercializam produtos de automação desenvolvendo projetos para condomínios e, neste caso, direcionam seus projetos para que os seus equipamentos sejam especificados no final. Neste caso, existe o risco do cliente final não aceitar esta solução passivamente e, por sua conta, sair pesquisando outras alternativas. O morador também pode entender que sua liberdade de escolha foi prejudicada e, desta maneira, reduzir a percepção de beneficio que a tecnologia trouxe á sua moradia

Outra tendência, que nos parece mais eficiente, é a participação isenta do integrador em todas as fases do projeto. Ele acompanha desde a conceituação do empreendimento, oferecendo sugestões que passam a ser incorporadas ao projeto. Segue de perto o período de construção, participando efetivamente junto com a equipe técnica. A longo deste período, consegue conhecer melhor as características do empreendimento e do seu futuro publico morador. Desta forma, estará apto para atender este morador na época da entrega da casa, oferecendo-lhe “pacotes” de tecnologia previamente formatados de acordo com o projeto de infra-estrutura implantado.

Assim, cada morador poderá “customizar” a sua residencia conforme lhe convenha, seguindo a orientação do mesmo profissional que desenvolveu o projeto e esteve presente em cada etapa da construção. Esta fórmula está recebendo uma aceitação crescente das construtoras, já que garante um atendimento especializado aos seus clientes, sem que ela, construtora, precise se envolver em detalhes que não fazem parte de sua principal atividade. Ao final do processo, o cliente percebe de maneira muito positiva o esforço da construtora em lhe oferecer não só um projeto inovador , mas também um acesso tranqüilo e conveniente às diversas tecnologias.

Casa Inteligente

Por dentro da casa inteligenteAureside (Publicado na Revista T I )



Na última edição da Casa Cor , a tecnologia wireless foi destaque em ambientes domésticos, apresentando soluções para home theaters, sistemas VoIP, webcams e rádios IP. Mas, quem pensa que a mobilidade do sistema sem fio representa o fim das redes convencionais, está enganado. As redes cabeadas ainda são muito eficientes quando o assunto é Casa Inteligente.Através do sistema de cabeamento estruturado, que permite interligar toda a casa com no máximo dois tipo de cabos, a automação acaba sendo mais eficaz do que através do wireless. Estes cabos possuem uma combinação na ponta que permite a conexão entre redes de computador, telefonia, alarme, antena, TV a cabo, sonorização, vídeo e até circuito fechado de TV. Dessa forma, eles conseguem integrar e encaminhar os diferentes sinais para uma central de automação, que os redistribui para o usuário.- O cabeamento estruturado é fundamental porque permite uma transmissão maciça de dados. Mas o wireless também é usado nas interfaces, para que os moradores tenham mobilidade na hora de executar os comandos – afirma Fábio Oliveira, sócio proprietário da Future House, empresa especializada em automação residencial.A lista de funcionalidades da Casa Inteligente é enorme. Por controle remoto ou até mesmo pelo celular, é possível controlar todos os aparelhos eletrodomésticos, ar-condicionados, cafeteiras, microondas, TVs, rádios, máquinas de lavar, além de acender e apagar luzes de todos os cômodos, acionar o sistema de segurança e abrir e fechar portas. Dependendo de quanto o cliente quer investir, o céu é o limite.- Os projetos de Casa Inteligente podem variar de R$ 2,5 mil, se for apenas um projeto de iluminação, a até US$ 1 milhão. Um projeto no qual o morador pode acompanhar pela Internet tudo que se passa dentro da residência e executar vários comandos usando a voz (e a casa ainda responde), custa em torno de R$ 400 mil – revela Oliveira.O trabalho de um integrador de sistemas residenciais - profissional especializado na automação de toda rede - é fundamental para que o projeto seja bem sucedido. É na fase de projeto que se percebem as reais necessidades do cliente, para que ele não desperdice dinheiro em produtos que não vai utilizar.- Uma vez, um cliente comprou por conta própria uma geladeira com um monitor de acesso à Internet. Quando o visor quebrou, ele descobriu que a manutenção era tão cara, que nem mandou consertar. Preferiu continuar usando o eletrodoméstico da forma convencional – adverte o executivo da Future House.Funcionalidade+Mobilidade=PraticidadeSegundo Fábio Oliveira, o controle dos eletrodomésticos pode ser feito pelo morador através de temporizadores, sensores eletrônicos, controles remotos ou telefones. Cada tecnologia é recomendada de acordo com a funcionalidade de cada aparelho.Os temporizadores programam quanto tempo as luzes ficarão acesas quando um ambiente está habitado e também quando acontece uma invasão da residência. Neste caso, sensores eletrônicos detectam a presença de movimento e acionam as luzes. Também existem sensores de gás, de fumaça, de microondas, sensores de peso e massa metálica, e até sensores de corrente elétrica, que abaixam a tela de um projetor quando detectam que o DVD foi ligado.